Fruticultura

Produtores iniciam a colheita do pêssego e estimam quebra de 40%

Na segunda-feira, industriais se reúnem para definir o preço que será pago pelo quilo da fruta nesta safra

- Produtores de pêssego iniciam a colheita das variedades mais precoces

Depois de enfrentar as mais diversas intempéries como chuvas excessivas, geadas e mais recentemente o granizo, os produtores de pêssego iniciam a colheita das variedades mais precoces como Bonão, Libra, Pepita e Sensação. Em reunião na noite de quarta-feira, os produtores relataram suas perdas e custos de produção e chegaram a uma perspectiva de quebra em torno de 40% na produção em toda a região. De acordo com o presidente da Associação Gaúcha dos Produtores de Pêssego (AGPP), Mauro Scheunemann, alguns produtores já começaram a colher a fruta, principalmente o Bonão, e aguardam a definição do preço pela indústria.

 
De acordo com o extensionista da Emater Pelotas, Rodrigo Prestes, a estimativa inicial era de uma perda entre 40 e 60%. “Tivemos vários eventos, como o excesso de chuva no mês de setembro, a geada que afetou algumas propriedades e o granizo”. Segundo ele, o último granizo provocou um dano físico nos frutos, que ainda estão nas plantas e, teoricamente, são frutos que deverão ser penalizados pela indústria na classificação, ressalta.

 
Além disso, um ano de El Niño e excesso de umidade, é uma porta de entrada para fungos e outras doenças e o produtor ainda não sabe como vai se comportar esse pêssego, pois o clima dificulta os controles fitossanitários. “A safra vai ter uma redução de quantidade e isso é geral, praticamente todos os produtores vão produzir menos e estamos trabalhando com esta estimativa entre 40% e 60%, números que ainda podem ser alterados em função das condições climáticas”, ressalta.
Segundo ele, a previsão para a próxima semana é de bastante nebulosidade e chuva, o que pode afetar estas primeiras cultivares que estão em início de colheita, que são mais precoces, principalmente Bonão e Sensação, diz. Somente em Pelotas, a estimativa é de 41% de perdas até o momento e a expectativa de colheita de pouco mais de 23 mil toneladas da fruta do tipo indústria e de mesa, informa Prestes.

 
O presidente do Sindicato das Indústrias de Doces e Conservas Alimentícias de Pelotas (Sindocopel), Paulo Crochemore, salienta que os industriais devem se reunir na segunda-feira para começar a definir a remuneração pela fruta. “Se atrasou um pouco esta definição em virtude do granizo que ocorreu, ficamos sensibilizados com as perdas dos produtores e falar em preço seria prematuro”, diz o industrial. Segundo ele, as indústrias aguardam os levantamentos de perdas e custos realizados pela associação, que serão alvo de debates e em seguida deve ser marcada reunião com os produtores para chegar a um consenso. “Esperamos a associação nos passar os dados coletados entre os produtores para iniciar essas tratativas sobre o preço”, ressalta.

 
A Emater Regional trabalha com uma expectativa de colheita de no máximo 35 mil toneladas de pêssegos em toda a região. Segundo o informativo semanal, os produtores conseguiram ingressar nos pomares nos últimos dias sem chuvas e ensolarados, para a realização dos tratamentos fitossanitários preventivos e obrigatórios. Estas aplicações são para evitar a entrada das doenças nos frutos através das aplicações de fungicidas, evitando as perdas pela principal doença, a podridão parda.

 
Outra preocupação é com o controle das moscas da fruta, que deve ser contínuo, já que a quantidade de insetos capturados nas estações segue preocupante. A recomendação é o uso semanal de isca tóxica e de aplicação de inseticidas por cobertura com base na quantidade de moscas coletadas nas armadilhas. Os produtores devem aproveitar os últimos dias do mês de outubro, quando o volume de chuvas não deve superar 20 milímetros, para fazer as aplicações de inseticidas com diferentes princípios ativos para evitar resistências, recomendam.

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